Procura-se aquela que saiu sem permissão
Saiu e não mais voltou
Deixaste aqui um enorme vazio
Onde terceiros percebem, eu não.
Procura-se aquela que eu era
E hoje deixei de ser por pura passagem do tempo
Ou talvez demência da mente
E minha alma diz que sente essa falta também.
Procura-se por pura procura
Ou até mesmo a falta de insanidade
Risos e descasos que me faltam com freqüência
Nesse tal de novo mundo.
Procura-se toda hora nesse vago silêncio
Onde os dias e noites são só mais um
Onde as perguntas não mais são respondidas
E só resta coisas a serem postas no lugar.
Procuro mais brio dos antigos momentos
Aquele que tenho a certeza de que de mim não sairá
Mas deve estar brincando por aí com meus pobres sentimentos
Da última gota de criatividade que um dia poderá transbordar.
Procuro o erro na folha branca
Onde ninguém se pôs a errar
Mas nessa vida de procura
Só me resta continuar a procurar.
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