sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Eu queria ter todo esse ânimo e inocência, os quais eu escrevi há alguns anos os textos que aqui estão publicados. Não tenho mais a confiança que eu tinha no alto dos meus 15 anos, eu tinha certeza de tudo que eu dizia, eu sabia - ou pensava que sabia - como tudo funcionava e tinha fórmulas exatas pra quase tudo. Problemas? Não existiam.. Eu sempre achava que sabia o que fazer. Sabe o que é pior? Hoje eu também sei. Sou o pior tipo: errante consciente. Sei o que devo fazer, sei como devo agir, mas tenho medo de achar que sei demais. E depois?
Há um tempo resolvi me aprofundar mais na arte do deixar acontecer, deixar por conta dos momentos, dos sentimentos. Mas sinceramente, não tem dado um resultado muito favorável. Me dava melhor quando eu era 'sabichona', essa nova de mim dona da infinitade do tempo e seguidora de Zeca Pagodinho não conseguiu segurar a barra. Não conseguiu segurar quando tirou as barreiras da Tsunami de sentimentos que vieram.. Me vi imersa em mim mesma, e eu mesma sou muita coisa pra eu mesma. Complicado. Sim, sou também. Não tenho controle de mim, do que eu sinto e do que eu deixo sair de mim. Palavras, impulso. Combinei os dois muitas vezes e deu uma bomba. Bomba que os estilhaços só estão vindo em mim mesma. Plantei, colhi.
Mas cadê a volta por cima? Cadê a vontade de mudar a situação? Desconheço tudo, não tenho peito pra isso. Procuro palavras, situações, livros de autoajuda, nada se encaixa. Acho que sou uma confusão de drama mesmo, cheguei a essa conclusão quando vi que quando estou ocupada não perco tempo nem lágrimas com nada disso. Cabeça vazia, coração cheio.
Cabeça cheia, coração equilibrado. 
Ou seria só saudade mesmo.
Os dias e horas não deram uma trégua. Fizeram questão de passar bem passado, segundo por segundo, minuto por minuto. Conta-gotas. Acho que devo ter prestado atenção em cada instante da hora nessa semana. Saudade. E nem sei mais se é de você, saudade de alguém que você foi. Espero a semana inteira por alguém que existe só nas lembranças de uma noite que não consigo dormir ou em cada detalhe que vejo em livros e filmes e que fazem questão de conter um pouco de você em cada um deles. Seja uma mania, tipo aquela sua de ser irritantemente paciente pra tudo, Ou algum momento nosso, sabia que tem filme que parece a gente?
Espero por alguém inexistente, vazio. Vazio por mim. Mas ainda mesmo doendo, vou continuar a esperar, um dia quem sabe recolho meus caquinhos, ponho na trouxa e pego meu caminho. Um dia. Agora não, agora não..

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